Portal 7Segundos passa a exibir documentários “Raízes de Arapiraca” a partir de segunda
A história de Arapiraca também é a história de sua gente, não só daqueles que nasceram nesta região, mas também daqueles que escolheram a cidade para viver, trabalhar e formar a família. O projeto “Raízes de Arapiraca” promove o resgate da memória dessas pessoas, não só dos ilustres políticos, professores e artistas da terra, mas também da parteira, do comerciante, da lavadeira, do agricultor formam uma colcha de retalhos afetiva onde é possível vislumbrar os costumes de outras épocas na Terra de Manoel André.
O 7Segundos, na série de reportagens comemorativas sobre os 95 anos de emancipação política de Arapiraca, firmou parceria com o deputado Ricardo Nezinho para trazer para o portal parte dos quase 80 documentários Raízes de Arapiraca, que serão publicados a partir de segunda-feira (21).
Ricardo Nezinho conta que a ideia do projeto surgiu da saudade de ouvir o pai, de quem herdou o nome, contar as histórias de sua juventude. “Depois que meu pai faleceu, fiquei lamentando não ter feito nada para registrar as histórias que ele contava. Quando minha mãe adoeceu, ela inclusive estava em Brasília, chamei o Carlos Rudiney para fazer um documentário com ela, tracei um roteiro e ele fez, com ela falando sobre os pais dela, os avós, contando sobre a infância, a adolescência. Gostei muito do resultado e até botei no meu site. Seis anos depois tive a ideia de fazer isso para outras pessoas de Arapiraca, para todos os cidadãos que de maneira direta ou indireta contribuíram para a história do município. E então, além da história de Manoel André e de Esperidião Rodrigues, trazer as histórias dos Manuéis, Manuelas, Esperidiões, contando a história do povo de Arapiraca”, explica.
Parte das histórias contadas nos documentários, de acordo com ele, retratam a Arapiraca vibrante dos anos de 1940 a 1970, período em que as pessoas entrevistas viviam suas infâncias e adolescências. Histórias que passam pelos canteiros de fumo, pelos galpões onde as destaladeiras trabalhavam, pela feira livre e pelo comércio que começava a despontar. “Como Arapiraca é uma cidade ainda relativamente nova, a gente consegue encontrar pessoas que presenciaram momentos históricos. Mas além disso, essas pessoas trazem também histórias pessoais que emocionam, histórias que relatam uma vida de dificuldades e também superação. Para as famílias dessas pessoas, é a chance de conhecerem mais, ou até de conhecer pela primeira vez, a história de suas raízes”, afirmou.
O projeto Raízes de Arapiraca foi lançado em 2018 e já está na sua segunda edição. Até o momento 74 documentários já foram lançados e outros são produzidos semanalmente. O deputado afirma que prefere não delimitar a quantidade de documentários. “Enquanto puder, pretendo produzir esse material. Acho que uns mil documentários está bom”, brinca.
Toda quinta-feira, a produção grava entrevista para um documentário, geralmente na casa do próprio entrevistado, que intercala as histórias sobre a infância, a juventude, com fotos da época. Após a edição de uma quantidade de filmagens é promovida a noite de estreia no Cinesystem. A pessoa homenageada no documentário e a família são convidados para assistir o trailer da produção e depois recebe, em mãos, uma cópia do documentário. “É um momento de emoção. Para as famílias é a oportunidade de homenagear em vida seus patriarcas e suas matriarcas, para os homenageados, é maneira de eternizar suas histórias e de elevar a auto-estima deles”, ressaltou.
Uma das principais características do Raízes de Arapiraca é que ele não foca apenas nas pessoas conhecidas da cidade, mas dá oportunidade também de pessoas simples contarem a sua história. Para democratizar o acesso ao projeto, o deputado disponibilizou, na sua página da internet, um formulário para quem quiser participar. Os únicos requisitos são de que o homenageado deve ter, no mínimo, 72 anos, e ter boa memória.
“Tentamos um tempo atrás fazer com o professor Zezito Guedes. Arapiraca tem uma dívida com o professor porque se não fosse por ele, não conheceríamos a história da nossa cidade. Quando soube que ele estava doente, fui fazer o documentário, mas a memória dele já não estava muito boa, mas conseguimos aproveitar alguma coisa. Então estamos buscando um filme sobre ele feito pela Uneal para completar o nosso material”, conta Ricardo Nezinho.
Além do professor Zezito, outros documentários que ele gostaria de ter feito foram com José de Sá e com o forrozeiro Severino do Papel. O deputado conta que as entrevistas estavam marcadas, mas eles acabaram falecendo pouco antes da data. “Outro documentário que sempre quis fazer é com o professor Moacir Teófilo. Chegamos a marcar a entrevista três vezes, mas foram desmarcadas por motivos diversos”, afirmou.
FONTE: www.arapiraca.7segundos.com.br