Lista das faculdades que aplicam o golpe do diploma em Arapiraca é divulgada em audiência
A Câmara Municipal de Arapiraca realizou, na noite dessa terça-feira (21), uma audiência pública, com a presença dos deputados Ricardo Nezinho e Marcelo Beltrão, onde foi debatida a emissão de diplomas falsos e irregulares em A audiência pública em questão foi proposta pelos vereadores Fábio Henrique e Léo Saturnino após pedidos de alunos prejudicados na capital do Agreste.
Léo lamentou que o sonho de milhares de alunos, que passam de cinco a seis anos estudando na esperança de dias melhores, seja destruído dessa forma. As faculdades estão atuando de forma irregular e é necessária uma providência urgente, disse.
Representando o prefeito Rogério Teófilo, Graça Lisboa, que está como secretária de Articulação Política, afirmou estar profundamente triste em acompanhar essas denúncias, que foram transmitidas pelo Fantástico, na Globo, inclusive. Na oportunidade, famílias relataram que deixaram de comprar alimentos para casa para poderem pagar as faculdades dos filhos. “É muito cruel”, declarou.
O presidente da OAB seccional Arapiraca, Hector Martins, classificou essas entidades envolvidas nas irregularidades como “sopa de letrinhas”. “Mais de três mil alunos foram prejudicados com essa quadrilha que se instalou em Arapiraca”, disse o presidente. Ele ainda levantou uma questão importante: essas faculdades não eram fiscalizadas pelas instituições responsáveis desde 2002.
O deputado Marcelo Beltrão se referiu ao golpe como o maior estelionato praticado na educação nos últimos tempos, onde os números chegam a R$ 200 milhões. O deputado chegou a emocionar os presentes ao falar que uma criança havia pedido a avó para comer um pão e como resposta a avó mandou que a criança fosse comer uma manga, já que o dinheiro do pão iria servir para ajudar na faculdade da mãe da criança.
Segundo ele, que é presidente da Comissão de Educação (CE), a polêmica envolvendo a formação irregular e a concessão de diplomas falsos para mais de 20 mil estudantes alagoanos poderá se tornar numa CPI.
O deputado estadual Ricardo Nezinho, que é membro da comissão presidida por Marcelo, se colocou à disposição para emplacar nessa luta em defesa dos estudantes. “Eles estão sem perspectivas, imagino a angústia”, refletiu.
Ao término da audiência pública, o deputado Marcelo Beltrão citou os nomes das faculdades, afirmando que a justiça já havia determinado o bloqueio de bens das referidas instituições, são elas: Fundação de Ensino Superior de Olinda – União de Escolas Superiores da Funeso (Unesf), Instituo de Desenvolvimento Educacional Religioso e Cultural (Iderc) e Universidade Iguaçu (Unig).
O presidente Jario Barros disse que estava feliz em poder abrir as portas da Casa Herbene Melo para debater um assunto de tão grande importância, afirmando ainda que acredita muito no trabalho dos deputados Marcelo Beltrão e Ricardo Nezinho, como membros da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, e que muito ainda vão fazer para tornar a vida desses mais de 20 mil alunos prejudicados menos difícil e que eles consigam, então, seus diplomas legalizados.
FONTE: www.diarioarapiraca.com.br