Deputado requer CPI para investigar ‘deficiências’ da TIM
Ricardo Nezinho afirma que ninguém mais consegue utilizar serviço ofertado pela operadora na região Agreste de Alagoas
Assembleia cria Comissão Parlamentar de Inquérito O deputado estadual Ricardo Nezinho (PTdoB), durante sessão plenária realizada na tarde desta terça-feira (05), anunciou à imprensa que apresentara requerimento visando à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o intuito de se investigar o que ele considera ser a má qualidade do serviço prestado pela operação de telefonia TIM em Alagoas. Segundo ele, ninguém mais estaria conseguindo realizar ligações no interior do Estado, sobretudo na região Agreste, já que o parlamentar reside em Arapiraca.
“Nós chegamos a realizar uma audiência pública recentemente, a fim de que pudéssemos debater o problema. Contudo, a única instituição que marcou presença foi o Procon. No Agreste alagoano, em Arapiraca, não mais se consegue fazer uma ligação sequer. Chegou-se ao ponto de as pessoas falarem rápido ao telefone, com medo de a ligação cair ou a pessoa do outro lado da linha nada entender”, comentou o deputado, sobre a iniciativa subscrita pelos 27 deputados estaduais.
Ricardo Nezinho – durante sessão que contou com a presença de 21 deputados – afirmou também já ter encaminhado reclamação formal à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que lhe prometeu uma resposta acerca de investigação que já teriam iniciado para o último mês de janeiro, o que não ocorreu.
“O Brasil tem cento e noventa e quatro milhões de habitantes e um número ainda maior de chips. A TIM é a operadora que detém o maior número de consumidores. O que pode ter acontecido é que a empresa tenha comercializado além de sua capacidade. Ou seja, vendeu-se exageradamente ao ponto de o sistema da prestadora do serviço não mais conseguir comportar tamanha demanda”, avaliou o deputado.
Ainda de acordo com Nezinho, uma iniciativa semelhante adotada pelos parlamentares do Rio Grande do Norte conseguiu fazer com que determinada operadora só comercialize aquilo que comprovadamente consegue atender. “E sabemos que celular deixou há muito de ser um artigo de luxo, tornando-se um instrumento de trabalho”, complementou.
Se a citada comissão for criada, os deputados que integrarem a mesma terão poder de polícia, convocando as pessoas reponsáveis pelos órgãos afins para explicações acerca da dificuldade em foco, propondo-lhe alternativas à solução do problema.
Contudo, entre 2007 e 2008, a CPI dos Combustíveis, presidida pelo mesmo deputado Ricardo Nezinho, não obteve o resultado esperado. A Comissão foi criada para investigar indícios de adulteração, cartelização e sonegação fiscal. Foram inúmeras reuniões por meio das quais a comissão concluiu pela necessidade da instalação de medidores de vazão nas usinas produtoras de açúcar em Alagoas, medida esta que nunca veio a ser adotada pelo parte do governo estadual.
O ex-deputado Paulão (PT), que integrou a referida comissão, chegou a se pronunciar veementemente, por diversas vezes, contra o governador Teotonio Vilela (PSDB), dando conta de que a Secretaria de Estado da Fazenda não teria interesse em intensificar a fiscalização porque o chefe do Executivo teria forte ligação com o setor sucroalcooleiro.
FONTE: gazetaweb.globo.com