Biografia de José Pereira Lúcio
Lucinho – Como é mais conhecido em sua terra natal, Arapiraca.
Nasceu em 29/01/1931. É bisneto do fundador de Arapiraca – Manoel André. Filho único de José Lúcio da Silva (neto de Manoel André) e de Júlia Pereira França.
Seu pai foi agricultor, comerciante e político. Um homem honrado, símbolo da dignidade, sua mãe, do lar. Muito prendada. E segundo os seus contemporâneos, de uma beleza e bondade ímpar.
Sua infância foi acompanhada pelos cuidados afetivos dos pais, procurando dar-lhe o melhor e educando-o da melhor forma possível, dentro das melhores condições que a época favorecia.
Foi um garoto muito ativo e também peralta.
Foi muito amado. Apesar da criação um pouco rígida do seu pai e a proteção amável da sua mãe, sua infância transcorria normal e feliz no seio da sua família. Mas aos dez anos, aproximadamente, sua mãe veio a falecer prematuramente. Uma dura e cruel realidade, para uma criança.
Porém foi cercado de cuidados e afetos, pelo seu pai, com a ajuda da Joana (criada da família), e sobre o olhar vigilante e amoroso, da sua querida madrinha Euvira (esposa do seu tio Chiquinho e pais do Dr. Geraldo Lúcio).
E assim sua infância prosseguiu normal.
Iniciou os seus estudos no Grupo Adriano Jorge (Arapiraca), com a dedicada professora Chiquinha Macêdo.
Após um determinado tempo do falecimento da sua mãe, foi estudar interno no Colégio Marista (Maceió) que na época funcionava como internato. Concluiu alí o ginasial (hoje o fundamental). Estudou também, um período no Colégio Guido Fontgaland. Após a conclusão deste curso, foi para Salvador, estudar o clássico no Colégio Estadual da Bahia, onde cursou os dois primeiros anos do Clássico. Ficava hospedado na residência de um grande amigo do seu pai.
De Salvador, foi para o Rio de Janeiro, onde terminou o Clássico, no Colégio Jurema, aos dezoito anos de idade.
Morou em São Paulo, onde trabalhou como bancário.
No período que morou no Rio de Janeiro trabalhou como jornalista, no Jornal Diário Carioca e Revista “A Carioca”.
Daí em diante o Lucinho, a cada dia procurava mais e mais desenvolver os seus conhecimentos culturais e aprimorando-se mais. Não limitou-se ao que aprendeu quando estudante. Buscava cada vez mais aprofunda-se, nas diversas esferas do conhecimento. Sempre estava atento a tudo que pudesse enriquecer mais o seu intelecto.
Daí, esse homem de uma inteligência, inegavelmente, excepcional. De uma habilidade e clareza fora do comum. Muito hábil em redigir textos, crônicas, matérias. Até romances (inacabados).
Dono de uma oratória própria, invejável! sabendo com toda propriedade peculiar, comunicar-se e expressar-se muito bem.
Um homem que nunca perdeu as oportunidades de elevar o acervo do seu conhecimento cultural. Até nas suas viagens à Europa e ao Oriente, procurou explorar o máximo que pode, cercando-se de todas as informações que estiveram ao seu alcance. Até mesmo se tratando de outros idiomas, como: francês, italiano, inglês, espanhol, ele tinha um bom desempenho.
Em se tratando de política, jamais poderia deixar de fazer parte dela, pois estava contida no seu sangue, devido os seus ancestrais.
Seu tio, Manoel Lúcio Correia, foi Prefeito e Vereador de Arapiraca. Seu pai, foi o fundador da UDN, e Vereador também.
Remanescente de uma família que sempre esteve ativamente à frente dos interesses políticos de Arapiraca, jamais poderia ficar de fora.
Portanto, com o seu pai a frente da UDN, ingressou na política em 1954. Tendo chegado do Rio de Janeiro, um período muito conturbado em Arapiraca, num clima de muita tensão e violência, dando-se até a prisão do seu pai (José Lúcio da Silva) injustamente, por perseguições em meio a tudo isso, inicia-se a grande ascendência dos “Lúcios”, na política de Arapiraca.
E Lucinho (José Pereira Lúcio) teve uma das carreiras políticas, mais rápidas de Arapiraca. Foi até hoje, o único filho da terra que galgou o privilégio de uma carreira política ininterrupta, como: vereador, assumiu a prefeitura (como prefeito interino) Deputado Estadual e Deputado Federal, por duas legislaturas.
Começou na política com a idade de vinte e três anos. Aos vinte quatro anos, assumiu (interinamente) a Prefeitura. Com vinte sete anos, foi Deputado Estadual. Aos trinta anos, já representava Alagoas e a sua tão querida terra Natal – Arapiraca.
Na época, como Deputado Estadual, foi perseguido e chegou a ficar foragido, quase foi assassinado por capangas dos seus adversários. Ainda hoje, no seu corpo há marcas da violência, que cuminava Arapiraca, naquela época.
Mas não só ele: seu pai, José Lúcio de Melo, João Lúcio de Melo e Dr. Marques da Silva, enfrentavam o ódio dos adversários, chegando ao ponto extremo: ceifaram a vida daquele que foi o amigo querido, o médico, que as caladas da noite, ia socorrer no momento pior da sua vida, quando Lucinho foi baleado e não podia se apresentar na sua terra, pois estava foragido. Lá ia o Dr. Marques da Silva, tratar dele, com dedicação, arriscando também a própria vida.
Foi um homem muito querido, admirado e porque não dizer: idolatrado por parentes, amigos e correligionários.
Foi filho de Arapiraca que difundiu amor eterno a sua terra. Não só no Brasil, por onde andou (quer como político ou cidadão) mas também nas suas viagens, pela Europa e no Oriente, quando lá esteve. Falava com orgulho citando como uma cidade de Alagoas e ele vendo-a “a capital do fumo”, no Brasil, como assim expressava.
Tudo que através dele foi feito como político estão nos arquivos da Câmara de Arapiraca, na Assembléia Legislativa (Maceió) e na Câmara dos Deputados (Brasília).
Em Arapiraca, fundou o Colégio de 1º e 2º Graus, José Pereira Lúcio (Bananeiras).
Foi o fundador e Diretor do Jornal do Agreste.
Como Parlamentar foi:
– Membro da Comissão de Segurança Nacional
– Membro da Comissão de Agricultura e Política Rural.
– Presidente da Comissão Parlamentar de inquérito para apurar irregularidades no sistema de colonização do Estado de Mato Grosso.
– Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito para o caso “007” (Diamantes que gerou problemas com a Grécia).
– Viagem à Israel (de estudo) a convite da 1ª Ministra Gold Meir (prêmio que ganhou) pela monografia “Regiões Semi Áridas”. Um estudo comparativo entre o Nordeste do Brasil e o Deserto do Negev, em Israel.
Foi casado com Margarida de Carvalho Lúcio (falecida) onde tiveram dois filhos: Roberto de Carvalho Lúcio e Júlia de Carvalho Lúcio. Ao longo do tempo divorciou-se. Após o divorcio teve um relacionamento, do qual nasceu Rosalynn C.Lúcio. Em 1983, casou-se com Maria Aparecida Ramos Lúcio (artesã). Dessa união tiveram um único filho: Luciano Ramos Lúcio (19 anos).
Seu histórico:
– Foi agricultor e pecuarista
– Bancário: Banco da América S/A São Paulo
– Jornalista: Diário Carioca e Revista Carioca(RJ)
– Diretor Jornalista da Gazeta de Alagoas (Maceió)
– Fundador e Diretor do Jornal do Agreste (Arapiraca)
– Foi nomeado (1976) pelo Gov.Divaldo Suruagy , Delegado de Acidentes, Símbolo C-4, da Séc.de Seg.Pública do Serviço Civil Poder Público.
– Assessor Especial da Séc. Desenvolvimento do Estado-Al – CODEAL.
– Diretor do Distrito Industrial Luiz Cavalcante.
– Chefe do Departamento de Produção Industrial
– Relator do Projeto de Rezoneamento para implantação de Uzinas de Álcool de Alagoas (MIC)
– Relator do relatório Sócio Econômico do Dia-Distrito Industrial de Arapiraca.
– Em 1976, foi nomeado (não assumindo) para superintendência do Incra (Maceió)
Além da sua escolaridade cursou:
– Curso de Administração Cientifica – CEUB (Centro Universitário de Brasília)
– Curso de Recursos Humanos no trabalho – CEUB
– Curso de Bacharel em Direito – CESMAC (incompleto)
Afastou-se da política em 1973 por motivos políticos
Em 1983, por convite de Divaldo Suruagy voltou a política (indiretamente) desta vez, para coordenar a campanha política para a Candidatura do Severino Leão. Como um grande estrategista político que foi, cumpriu mais uma vez a sua missão como político.
Hoje fala de Arapiraca com muito amor e no brilho dos seus olhos, deixar cair, às vezes lágrimas de emoção.
Faleceu no dia 12/04/2005, aos 74 anos de idade, na cidade de Maceió.